ESTUDANTES BRASILEIROS RELATAM CASOS DE ASSÉDIO E TORTURA EM FACULDADES NA BOLÍVIA Brasileiros que estudam Medicina na Bolívia passaram a denunciar duas grandes universidades do país por extorsão, tortura e assédio moral e sexual cometidos por professores da Unicen e da Udabol. No último dia 18, alguns deles fizeram um protesto após a morte de um aluno, também brasileiro, que fazia estágio na região de Punata. As informações são do Uol. Sebastião Peixoto, de 46 anos, chegou a escrever uma carta aberta nas redes sociais antes de tirar a própria vida no último dia 13 de novembro. Em contato com a família, o homem relatou que perdeu 12 quilos em apenas 2 meses, e que não estava aguentando a pressão da carga horária e das humilhações. Ele deixou a esposa boliviana e dois filhos: um de 3 meses e uma adolescente de 14 anos, que mora na Bahia. "Tem dia que eu tomo um gole de água de manhã, e depois só volto a tomar água às oito da noite. Estou com medo de os meus rins pararem. Não vou aguentar, estou falando para vocês. Eu preciso mudar urgente de hospital. Isso é massacre, escravidão e suicídio. Tenho 46 anos, não vou suportar isso", desabafou ele por meio de um áudio. Conforme relatos de diversos alunos, eles eram ofendidos pelos professores e, em aluns casos, extorquidos em formas de benefícios. Uma delas, que está no quinto semestre de Medicina, acusa docentes da Unicen de Cochabamba de abuso psicológico e assédio sexual. Segundo a jovem, ela foi avisada sobre a conduta de um dos professores, Ivan Jesús Ayala Mojeron, assim que chegou ao país. Um outro professor, identificado como Gary Ayla, também é acusado de perseguir as alunas que rejeitam seus avanços sexuais. "Amigas minhas que não aceitaram as cantadas foram extorquidas para se manterem no curso", disse. Procurado pelo Uol, o professor Gary Ayla negou as acusações e disse desconhecer as denúncias, mas que procurará os seus direitos de defesa contra as calúnias. A secretária de Ivan Jesús Ayala Mojeron, por sua vez, disse que as acusações são "um engano". Já as universidades Unicen e Udabol não responderam aos questionamentos.
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