Questão 1
Leia o poema abaixo e responda as questões 1 e 2.
A DANÇA E A ALMA
A DANÇA? Não é movimento, súbito gesto musical. É concentração, num momento, da humana graça natural.
No solo não, no éter pairamos, nele amaríamos ficar. A dança - não vento nos ramos: seiva, força, perene estar.
Um estar entre céu e chão, novo domínio conquistado, onde busque nossa paixão libertar-se por todo lado...
Onde a alma possa descrever suas mais divinas parábolas sem fugir à forma do ser, por sobre o mistério das fábulas.
(Carlos Drummond de Andrade. Obra completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1964. p. 366.)
A definição de dança, em linguagem de dicionário, que mais se aproxima do que está expresso no poema é:
A
a mais antiga das artes, servindo como elemento de comunicação e afirmação do homem em todos os momentos de sua existência.
B
o conjunto organizado de movimentos do corpo, com ritmo determinado por instrumentos musicais, ruídos, cantos, emoções etc.
C
o movimento diretamente ligado ao psiquismo do indivíduo e, por consequência, ao seu desenvolvimento intelectual e à sua cultura.
D
a manifestação do ser humano, formada por uma sequência de gestos, passos e movimentos desconcertados.
E
a forma de expressão corporal que ultrapassa os limites físicos, possibilitando ao homem a liberação de seu espírito.
Questão 2
O poema "A Dança e a Alma" é construído com base em contrastes, como "movimento" e "concentração".
Em uma das estrofes, o termo que estabelece contraste com solo é:
Questão 3
Cândido Portinari (1903-1962), um dos mais importantes artistas brasileiros do século XX, tratou de diferentes as pectos da nossa realidade em seus quadros.
Sobre a temática dos "Retirantes", Portinari também escreveu o seguinte poema:
(....) Os retirantes vêm vindo com trouxas e embrulhos Vêm das terras secas e escuras; pedregulhos Doloridos como fagulhas de carvão aceso
Corpos disformes, uns panos sujos, Rasgados e sem cor, dependurados Homens de enorme ventre bojudo Mulheres com trouxas caídas para o lado
Pançudas, carregando ao colo um garoto Choramingando, remelento (....)
(Cândido Portinari. Poemas. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1964.)
Das quatro obras reproduzidas, assinale aquelas que abordam a problemática que é tema do poema.
Questão 4
As dimensões continentais do Brasil são objeto de reflexões expressas em diferentes linguagens. Esse tema aparece no seguinte poema:
"(....) Que importa que uns falem mole descansado Que os cariocas arranhem os erres na garganta Que os capixabas e paroaras escancarem as vogais? Que tem se o quinhentos réis meridional Vira cinco tostões do Rio pro Norte? Junto formamos este assombro de misérias e grandezas, Brasil, nome de vegetal! (....)"
(Mário de Andrade. Poesias completas. 6. ed. São Paulo: Martins Editora, 1980.)
O texto poético ora reproduzido trata das diferenças brasileiras no âmbito
Questão 5
A situação abordada na tira torna explícita a contradição entre a
Questão 6
O termo (ou expressão) destacado que está empregado em seu sentido próprio, denotativo ocorre em
Questão 7
As questões de números 07 e 08 referem-se ao poema abaixo.
Brasil
O Zé Pereira chegou de caravela E preguntou pro guarani da mata virgem – Sois cristão? – Não. Sou bravo, sou forte, sou filho da Morte Teterê tetê Quizá Quizá Quecê! Lá longe a onça resmungava Uu! ua! uu! O negro zonzo saído da fornalha Tomou a palavra e respondeu – Sim pela graça de Deus Canhem Babá Canhem Babá Cum Cum! E fizeram o Carnaval
(Oswald de Andrade)
Este texto apresenta uma versão humorística da formação do Brasil, mostrando-a como uma junção de elementos diferentes.
Considerando-se esse aspecto, é correto afirmar que a visão apresentada pelo texto é
A
moralizante, na medida em que aponta a precariedade da formação cristã do Brasil como causa da predominância de elementos primitivos e pagãos.
B
preconceituosa, pois critica tanto índios quanto negros, representando de modo positivo apenas o elemento europeu, vindo com as caravelas.
C
inovadora, pois mostra que as três raças formadoras - portugueses, negros e índios - pouco contribuíram para a formação da identidade brasileira.
D
ambígua, pois tanto aponta o caráter desconjuntado da formação nacional, quanto parece sugerir que esse processo, apesar de tudo, acaba bem.
E
negativa, pois retrata a formação do Brasil como incoerente e defeituosa, resultando em anarquia e falta de seriedade.
Questão 8
A polifonia, variedade de vozes, presente no poema resulta da manifestação do
Questão 9
O movimento hip-hop é tão urbano quanto as grandes construções de concreto e as estações de metrô, e cada dia se torna mais presente nas grandes metrópoles mundiais. Nasceu na periferia dos bairros pobres de Nova Iorque. É formado por três elementos: a música (o rap), as artes plásticas (o grafite) e a dança (o break). No hip-hop os jovens usam as expressões artísticas como uma forma de resistência política.Enraizado nas camadas populares urbanas, o hip-hop afirmou-se no Brasil e no mundo com um discurso político a favor dos excluídos, sobretudo dos negros. Apesar de ser um movimento originário das periferias norte-americanas, não encontrou barreiras no Brasil, onde se instalou com certa naturalidade - o que, no entanto, não significa que o hip-hop brasileiro não tenha sofrido influências locais..O movimento no Brasil é híbrido: rap com um pouco de samba, break parecido com capoeira e grafite de cores muito vivas.
(Adaptado de Ciência e Cultura, 2004)
De acordo com o texto, o hip-hop é uma manifestação artística tipicamente urbana, que tem como principais características
Questão 10
TEXTO I
A revista Ciência Hoje (volume 16,n. 94, set/out de 1993) promoveu e publicou um debate sobre a causa e a cura das doenças mentais, do qual participaram profissionais ligados à psicanálise, à psiquiatria e à psicofarmacologia. Reproduzimos abaixo a resposta de alguns dos participantes à pergunta "há cura para doenças mentais?"
Jurandir Freire (psicanalista): "A cura, entendida como restabelecimento de um equilíbrio prévio, é uma definição médica, e isso não existe na psiquiatria. A pessoa pode ter uma experiência psicopatológica e sair dela desejando um equilíbrio diferente do que tinha antes. Normalmente, o que entendo por cura? É a abolição dos sintomas que vêm fazendo a pessoa sofrer e, em seguida, a identificação com os próprios ideais, os propósitos de vida ou a busca de equilíbrio e a satisfação efetiva. Nesse aspecto, há códigos psíquicos que são mais complicados de se atingirem; outros, pouco menos. A resposta é sempre singularizada. Quanto à promessa do que podemos fazer, posso ser taxativo. A gente melhora bastante o sofrimento das pessoas que estão atingidas mentalmente. Com o arsenal que temos em neuroclínica, no plano institucional-hospitalar, no atendimento individualizado, conseguimos muitas vezes favorecer a pessoa".
Joel Birman (psicanalista): "Na psicanálise a cura é problemática por causa dessa ideia de restauração do estado anterior ao acontecimento. No estado de perturbação, o sujeito perde sua capacidade de produção de normas, tanto biológicas quanto psíquicas. A função do tratamento nas perturbações psíquicas é restaurar uma certa plasticidade do sujeito, para que ele tenha novamente a possibilidade de novas produções normativas. Tentamos fazer com que ele se torne mais elástico, com maior capacidade de superação de obstáculos que se impõem, tanto em nível social quanto pessoal."
Marcelo Versiane (psiquiatra): "A ´cura`, o restutio ad integrum , na medicina como um todo, apesar de todo o progresso atual, ainda é rara. Isso é particularmente válido para as doenças crônicas, e a maioria dos transtornos mentais se enquadram nessa categoria. Contudo, se considerarmos que, até a década de 70, a maior parte dos transtornos mentais resultava em importantes graus de permanente incapacitação - e isso não é mais verdade -, há motivo para otimismo. Nas depressões e nas diferentes formas de ansiedade, o avanço foi maior. Com o lítio e os antidepressores, obtêm-se remissões em dois terços dos casos. No terço restante, há graus variáveis de melhora. Na esquizofrenia, o quadro, infelizmente, é mais sombrio - diferentes níveis de melhora sim, mas raramente a recuperação total. Essas curas ou graus de melhora significativos têm sido obtidos graças à inserção da psiquiatria no modelo médico moderno. Resultados de pesquisa com números representativos de pacientes e metodologia adequada (escalas operacionais de avaliação, entrevistas, diagnósticos computadorizados, métodos duplo-cego com controle de placebo etc.) têm permitido e corroborado esses avanços terapêuticos."
Considerando comentários feitos pelos debatedores, podemos afirmar que há consenso em torno da ideia de que:
Questão 11
Comparando a posição dos debatedores, podemos afirmar que:
Questão 12
Assinale a alternativa em que o termo sublinhado é um advérbio que marca claramente uma opinião:
Questão 13
Assinale a afirmação correta sobre o período abaixo:
"Contudo, se considerarmos que, até a década de 70, a maior parte dos transtornos mentais resultava em importantes graus de permanente incapacitação - e isto não é mais verdade -, há motivos para otimismo.
Questão 14
Assinale a opção em que a oração sublinhada é uma oração adverbial com valor de consequência.
Questão 15
Da euforia à depressão... Muitos são os estados de espírito que experimentamos, ao longo de nossas vidas, seja individualmente, seja na relação com o outro.
Leia com atenção O TEXTO ABAIXO, que, direta ou indiretamente, apresenta matizes diversos de humor e utilize-o para desenvolver as QUESTÕES 06 E 07 desta avaliação.
Texto II
MAU HUMOR CRÔNICO É DOENÇA E EXIGE TRATAMENTO
Mau humor pode ser doença - e grave! Um transtorno mental que se manifesta por meio de uma rabugice que parece eterna. Lembra muito o estado de espírito do Hardy Har Har, a hiena de desenho animado famosa por viver resmungando "Oh dia, oh céu, oh vida, oh azar".
Distimia é o nome dessa doença. Reconhecida pela medicina nos anos 80, é uma forma crônica de depressão, com sintomas mais leves. "Enquanto a pessoa com depressão grave fica paralisada, quem tem distimia continua tocando a vida, mas está sempre reclamando", diz o psiquiatra Márcio Bernik, coordenador do Ambulatório de Ansiedade do Hospital das Clínicas (HC).
O distímico só enxerga o lado negativo do mundo e não sente prazer em nada. A diferença entre ele e o resto dos mal-humorados é que os últimos reclamam de um problema, mas param diante da resolução. O distímico reclama até se ganha na loteria. "Não fica feliz, porque começa a pensar em coisas negativas, como ser alvo de assalto ou de sequestro", diz o psiquiatra Antônio Egídio Nardi, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro. (...)
E, se o mau humor patológico tem remédio, o mau humor "natural" também. Vários fatores interferem no humor. O cheiro, por exemplo, que é capaz de abrir o sorriso no rosto de um trombudo. E mais: ao contrário do que se pensa, o humor melhora com a idade!
(KLINGER, Karina. "Folha on-line" - www.folha.com.br, 15/07/2004.)
O texto II apresenta como tema central um transtorno causado pelo mau funcionamento do timo (glândula relacionada ao controle da afetividade e da emoção).
Identifique a palavra que, por meio do uso de prefixo e sufixo, nomeia o portador desse transtorno:
Questão 16
A partir do texto podemos observar que a Distimia diferencia-se do mau humor natural pelo fato de:
Questão 17
A loucura da vida moderna tem escravizado as pessoas a ficarem "plugadas" às redes de comunicação por tempo quase integral. O bate-papo no MSN vem se mostrando muito mais seguro que as saídas pelas ruas do Rio de Janeiro. Assim, cada vez mais, jovens se relacionam através da rede "virtual" e ficam "on-line" até para fazerem novos amigos. Observe a charge a seguir:
Podemos observar que o humor na charge consiste:
Questão 18
O efeito humorístico obtido no último quadrinho advém do que se nomeia "quebra de expectativa", responsável por inverter o sentido da história até então estabelecido.
Pode-se dizer que esse efeito de humor é resultante da maneira simplista como o personagem Filipe se posiciona sobre um (a):
Questão 19
A fala de Mafalda no 3º quadrinho demonstra que o sentido atribuído por ela ao verbo "conhecer" do 1º quadrinho, é:
Questão 20
A postura dos dois personagens diante da frase "Conhece a ti mesmo" difere porque:
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