TEXTO 1
Os olhos de duas pessoas se encontram: é melhor sinal, na literatura, do apaixonamento, do amor à primeira vista. A vista tem esse poder de revelar e, quando é recíproca, de proporcionar uma entrega imediata de um amante ao outro. Pelo menos na literatura e no imaginário romântico. Porque o olhar consiste num duplo movimento: ele captura e também cede, ele extrai e doa.
(Renato Janine Ribeiro)
Questão 1
Assinale o único erro de análise fonológica:
Questão 2
Há erro na identificação ou na classificação dos morfemas em:
Questão 3
Identifique os processos de formação dos seguintes vocábulos e assinale o que estiver mal classificado:
Questão 4
A conjunção "Porque", no último período, introduz uma ideia de:
TEXTO 2
A questão da língua entre os escritores brasileiros
É com o Romantismo - que se estendeu no Brasil até depois de 1870 - que a questão da língua realmente se coloca para os escritores. O romancista José de Alencar (1829-1877), quando da publicação de Iracema, em 1865, foi alvo de críticas do escritor português Pinheiro Chagas e de outros censores dos dois países, que o acusaram de escrever numa língua incorreta. O famoso problema da colocação dos pronomes átonos irritava sobremaneira esses rigoristas acerbos. A defesa de Alencar ficou célebre.
(Machado de Assis e José de Alencar)
Sem jamais pretender escrever numa língua diferente do português europeu, ele reivindica o direito a uma certa originalidade. O que recusa é o purismo mesquinho e estéril; o que procura é uma expressão nova, autêntica e viva. Depois dessa querela, a questão da língua cai num período de acalmia. Os contistas regionalistas de fins do século XIX e começos do século XX imitam, com frequência, a língua rude do povo, e as suas obras estão repletas de brasileirismos. Mas os grandes escritores do tempo, tanto em poesia como em prosa, são puristas em matéria de língua.
É o caso de Machado de Assis (1839-1908), que domina nessa época. É o caso do estadista Rui Barbosa (1849-1923), que, em polêmica célebre sobre a redação do Código Civil Brasileiro (A Réplica, 1903), vai buscar os seus modelos aos grandes escritores portugueses do passado, numa atitude de exigente tradicionalismo.
(Paul Teyssier, em História da Língua Portuguesa)
Questão 5
Até o Romantismo, o problema da língua ainda não aparecera, porque:
Questão 6
Na verdade, Alencar foi criticado por:
Questão 7
Uma paráfrase inaceitável para "Sem jamais pretender escrever numa língua diferente do português europeu, ele reivindica o direito a uma certa originalidade" seria:
Texto 3
O Velho e a Flor
Vinicius de Moraes
Por céus e mares eu andei Vi um poeta e vi um rei Na esperança de saber o que é o amor Ninguém sabia me dizer E eu já queria até morrer Quando um velhinho com uma flor assim falou: O amor é o carinho É o espinho que não se vê em cada flor Aberta em pétalas de amor É a vida quando Chega sangrando Aberta em pétalas de amor.
Questão 8
A preposição "por", no primeiro verso, introduz uma noção adverbial de:
Questão 9
O primeiro "o" do verso 3 tem a classe gramatical de:
Texto 4
Simples demais
Um professor de Matemática quis pregar uma peça em seus alunos:
– Meninos, aqui vai um problema: "Um avião a jato saiu da Bahia com uma velocidade de 800 km/h, voava à pressão de 1.004, 5 milibares; a umidade relativa era de 66%, e a temperatura chegava 20,4 graus. A tripulação era composta por 5 pessoas, a capacidade era de 45 passageiros, o banheiro estava ocupado e havia 4 aeromoças (mas uma estava de folga...)." A pergunta é: quantos anos eu tenho?
Os alunos ficaram assombrados: silêncio total! Então, o Joãozinho, lá do fundo da sala, diz: – 44 anos, professor! O professor, muito surpreso, responde: – Caramba, está certo. Eu tenho 44 anos. Mas, como você adivinhou? E o Joãozinho: – Bem, eu deduzi, porque eu tenho um primo que é meio idiota, e ele tem 22 anos...
(Piadas do EXTRA)
Questão 10
A expressão "pregar uma peça" apresenta uma noção:
Texto 5
SONETO DE SEPARAÇÃO
(Vinícius de Moraes)
De repente do riso fez-se o pranto Silencioso e branco como a bruma E das bocas unidas fez-se a espuma E das mãos espalmadas fez-se o espanto. De repente da calma fez-se o vento Que dos olhos desfez a última chama E da paixão fez-se o pressentimento E do momento imóvel fez-se o drama. De repente, não mais que de repente Fez-se de triste o que se fez amante E de sozinho o que se fez contente. Fez-se do amigo próximo o distante Fez-se da vida uma aventura errante De repente, não mais que de repente.
Oceano Atlântico, a bordo do Highland Patriot, a caminho da Inglaterra, setembro de 1938.
Questão 11
Sobre os recursos de linguagem empregados na construção do poema, afirma-se:
I.
As semelhanças sonoras entre palavras como "espalmadas" e "espanto", "branco" e "bruma" exemplificam o uso de aliterações no texto.
II.
A repetição, ao longo do poema, da expressão "de repente", acentua a ideia do espanto trazido pela separação.
III.
O uso de algumas antíteses no texto demonstra o contraste entre os momentos antes e depois da separação.
IV.
No primeiro verso da segunda estrofe, a palavra "vento" metaforiza a tranquilidade anterior à separação
Estão corretas apenas as afirmativas:
Questão 12
Nesse soneto de Vinícius de Moraes, a repetição de palavras ou expressões no início de alguns versos, a exemplo do que ocorre em "Fez-se do amigo próximo o distante / Fez-se da vida uma aventura errante", caracteriza a figura de linguagem conhecida como:
Questão 13
Sobre o “Soneto de Separação” de Vinícius de Moraes, é incorreto afirmar que:
Texto 6
(Pintura a óleo. IRACEMA, José Maria de Medeiros. MNBA, Rio de Janeiro)
Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira. O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado (...) Cedendo à meiga pressão, a virgem reclinou-se ao peito do guerreiro, e ficou ali trêmula e palpitante como a tímida perdiz (...) A fronte reclinara, e a flor do sorriso expandia-se como o nenúfar ao beijo do sol (...). Em torno carpe a natureza o dia que expira. Soluça a onda trépida e lacrimosa; geme a brisa na folhagem; o mesmo silêncio anela de opresso. (...) A tarde é a tristeza do sol. Os dias de Iracema vão ser longas tardes sem manhã, até que venha para ela a grande noite.(...)
(Iracema, de José de Alencar)
Questão 14
"Os dias de Iracema vão ser longas tardes sem manhã, até que venha para ela a grande noite ". A linguagem figurada é marcada pela subjetividade; por isso, em algumas frases é possível haver mais de uma figura ou a mesma expressão pode demandar classificações distintas sobre o tipo de figura que está sendo empregada.
No fragmento destacado, o termo sublinhado pode ser classificado, dentro do contexto em que se insere como um caso de:
Questão 15
Ainda sobre a obra "Iracema", pode-se afirmar que se trata de um texto que caracteriza o gênero:
Texto 7
Questão 16
Considerando o título do quadrinho e o próprio texto, vê-se que a resposta à pergunta da professora seria:
Questão 17
A professora, se tivesse usado a norma culta, deveria:
Texto 8
São os livros uns mestres mudos que ensinam sem fastio, falam a verdade sem despeito, repreendem sem pejo, amigos verdadeiros, conselheiros singelos; e assim como à força de tratar com pessoas honestas e virtuosas se adquirem insensivelmente os seus hábitos e costumes, também à força de ler os livros se aprende a doutrina que eles ensinam.
Forma-se o espírito, nutre-se a alma com os bons pensamentos; e o coração vem por fim a experimentar um prazer tão agradável, que não há nada com que se compare; e só o sabe avaliar quem chegar a ter a fortuna de o possuir.
(Padre António Vieira)
Questão 18
"Repreender sem pejo" significa:
Questão 19
O "o" (...só o sabe avaliar...) do último verso é uma referência clara a:
Questão 20
A palavra destacada que tem uma classe gramatical diferente das demais está na opção:
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